Nesta quarta-feira, o iene japonês registrou o segundo dia consecutivo de valorização, impulsionado pela fraqueza generalizada do dólar americano. Ainda assim, o movimento tende a perder força diante das incertezas sobre quando, e se, o Banco do Japão decidirá elevar os juros.

Os dados divulgados hoje mostram que a inflação no atacado no Japão desacelerou pelo quarto mês consecutivo em julho. Somada à instabilidade política interna e aos temores sobre os possíveis impactos negativos do aumento das tarifas americanas na economia japonesa, essa fraqueza reforça a expectativa de que o Banco do Japão adie novas etapas de normalização da política monetária.

Além disso, o clima de "apetite por risco", alimentado pela prorrogação da trégua comercial entre EUA e China e pela cúpula EUA–Rússia voltada ao encerramento do conflito na Ucrânia, também pesa contra o iene, tradicional porto seguro. Ainda assim, investidores seguem acreditando que o BoJ elevará os juros até o fim do ano. Do outro lado do Pacífico, a expectativa é que o Federal Reserve corte as taxas já em setembro, cenário reforçado pelos dados de inflação ao consumidor dos EUA em julho, divulgados na terça-feira, que vieram alinhados às projeções. Esse quadro mantém o dólar americano mais contido e favorece o iene, mesmo com seu rendimento mais baixo.

No campo técnico, a perda de sustentação abaixo das médias móveis simples (SMA) e exponencial (EMA) de 100 períodos no gráfico de 4 horas dá vantagem inicial aos vendedores. No entanto, com os osciladores em sinal misto e o preço ainda acima da SMA de 200 períodos, há espaço para compras na faixa de 147,00 a 147,30. Uma queda abaixo do patamar psicológico de 147,00, onde também se encontra a SMA de 200, devolveria o momento aos ursos.

Nesta quarta-feira, não há divulgação de indicadores relevantes nos EUA capazes de provocar movimentos expressivos no mercado, deixando o dólar sensível a declarações de membros do Federal Open Market Committee (FOMC). Na quinta, o foco se volta para o Índice de Preços ao Produtor (PPI) americano. Já na sexta, a prévia do PIB japonês do segundo trimestre pode dar novo fôlego ao par USD/JPY.