A queda do euro já se estende por mais de um mês. Embora essa parte da tendência não tenha caráter impulsivo, isso não muda o essencial: a demanda pela moeda única europeia vem diminuindo em meio a um cenário de notícias um tanto contraditórias. A maioria dos eventos realmente relevantes de outubro não foi levada a sério pelo mercado.
Como prova, nem é preciso listar uma série de relatórios econômicos ou acontecimentos globais. Basta observar que o dólar se valorizou ao longo de todo o mês — mesmo com o shutdown ainda em curso nos Estados Unidos. Quem poderia prever o fortalecimento da moeda americana em meio a um shutdown? Lembro que, no início do mês passado, muitos economistas diziam que a paralisação duraria "no máximo duas semanas". Assim, não é tanto a demanda por euros que está diminuindo, mas sim a procura por dólares que continua crescendo.
Na próxima semana, será essencial observar como o mercado pretende se comportar. Se seguir a tendência das últimas quatro ou cinco semanas, o pano de fundo noticioso talvez nem mereça atenção. Afinal, qual é o sentido de acompanhar dados quando o dólar se fortalece contra todas as expectativas, independentemente de quase qualquer indicador?
O fim do ciclo de afrouxamento monetário do Banco Central Europeu parece não importar aos participantes do mercado. A retomada do ciclo de afrouxamento do Federal Reserve também é tratada com indiferença. Novas tarifas e ameaças de Donald Trump tampouco são levadas a sério pelos traders.
E a que, então, os leitores devem prestar atenção? Aos discursos de Christine Lagarde, que, nas últimas semanas, tem falado quase a cada dois dias, oferecendo respostas claras às perguntas: "Como o BCE planeja agir em um futuro próximo?" e "Há necessidade de ajustar as taxas de juros?". Além disso, vale acompanhar os relatórios secundários — como os dados de produção industrial da Alemanha e de vendas no varejo da União Europeia —, ainda que o bloco tenha divulgado, recentemente, informações muito mais relevantes.
A análise das ondas também não oferece muita clareza no momento. Observamos duas estruturas nítidas de três ondas, seguidas pelo início de uma nova estrutura corretiva, agora composta por cinco ondas. Isso indica que a formação inicial de três ondas se tornou mais complexa. A atual estrutura de cinco ondas também pode se desenvolver de forma ainda mais intricada.
Idealmente, as análises de ondas devem ser simples e objetivas para permitir uma negociação eficaz. No entanto, no cenário atual, a leitura das ondas está se tornando mais confusa, e a direção do instrumento entra em contradição com o contexto das notícias.
Padrão de onda para o EUR/USD:
Com base na análise do par EUR/USD, o instrumento continua a formar uma seção ascendente da tendência. No momento, o mercado encontra-se em pausa, mas as políticas de Donald Trump e a postura do Federal Reserve permanecem como fatores relevantes para uma possível futura desvalorização do dólar americano. Os alvos da seção atual da tendência podem se estender até o nível de 1,25. Atualmente, observa-se o desenvolvimento da onda corretiva 4, que apresenta uma estrutura bastante complexa e prolongada. Portanto, no curto prazo, continuo considerando apenas operações de compra, uma vez que quaisquer formações descendentes têm caráter corretivo. A estrutura mais recente — a-b-c-d-e — pode estar se aproximando de sua conclusão.
Padrão de onda para o GBP/USD:
O padrão de ondas do par GBP/USD passou por uma mudança. Ainda estamos observando uma seção impulsiva ascendente da tendência, mas sua estrutura interna de ondas vem se tornando mais complexa. A onda 4 apresenta um formato de três ondas e está significativamente mais alongada que a onda 2. Uma nova estrutura corretiva descendente encontra-se próxima da conclusão. Continuo esperando que a estrutura principal da onda retome seu desenvolvimento, com alvos iniciais em torno dos níveis de 1,38 e 1,40, e acredito que isso possa ocorrer já no início de novembro.
Princípios fundamentais da minha análise:
- As estruturas de ondas devem ser simples e compreensíveis. Estruturas complexas são difíceis de executar e muitas vezes levam a mudanças.
- Se houver incerteza sobre o que está acontecendo no mercado, é melhor não entrar nele.
- Nunca pode haver 100% de certeza sobre a direção do movimento. Não se esqueça das ordens de Stop Loss de proteção.
- A análise de ondas pode ser combinada com outros tipos de análise e estratégias de negociação.
