O dólar americano continua sendo um dos principais paradoxos do mercado cambial. Enquanto seus movimentos entre janeiro e junho não levantaram questionamentos — considerando o contexto das notícias à época —, diversas dúvidas surgiram em setembro e outubro. Em primeiro lugar, a estrutura corretiva, que deveria ser simples e clara, inesperadamente começou a se complicar e a assumir uma forma excessivamente alongada, sem motivo evidente. Em segundo, a demanda pela moeda norte-americana vem aumentando (como analisado nas duas revisões anteriores), embora não haja fundamentos que justifiquem esse movimento. Como resultado, a análise das ondas está se tornando mais complexa, e muitos participantes do mercado têm dificuldade em compreender o que está ocorrendo.
Há vários eventos importantes programados para os Estados Unidos, mas outubro também foi marcado por notícias relevantes às quais o mercado prestou pouca atenção. Caso o mesmo se repita em novembro, talvez não haja necessidade de revisar os relatórios.
Na segunda-feira, será divulgado o índice ISM de manufatura — um indicador de peso. Na terça-feira, o relatório regular JOLTS não será publicado. Na quarta-feira, serão divulgados o índice ISM de serviços e o relatório de emprego da ADP. Já na sexta-feira, sairá o índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan, mas tanto a taxa de desemprego quanto os dados de Nonfarm Payrolls não serão divulgados. Em outras palavras, os relatórios mais relevantes da semana, mais uma vez, estarão ausentes.

A avaliação do estado do mercado de trabalho deverá, mais uma vez, se basear apenas no relatório da ADP. Os índices de atividade empresarial são, sem dúvida, relevantes, mas não exercem influência decisiva sobre a política monetária do Fed. Se o mercado continuar interpretando a ausência de dados estatísticos essenciais como um fator positivo para o dólar, então, de fato, a moeda americana tende a continuar se valorizando. Parece que, neste momento, o mercado está operando sob a lógica de "sem relatórios, sem problemas". Quão razoável é isso? Absolutamente irrazoável, mas é a realidade atual.
Diante desse contexto, o principal fator da próxima semana não serão os relatórios nem as declarações de Donald Trump, e sim o sentimento do mercado em relação ao dólar. Caso essa percepção permaneça inalterada, a demanda pela moeda norte-americana poderá continuar crescendo, independentemente dos dados oficiais.
Padrão de onda para o EUR/USD:
Com base na análise do par EUR/USD, o instrumento continua a formar uma seção ascendente da tendência. No momento, o mercado encontra-se em pausa, mas as políticas de Donald Trump e a postura do Federal Reserve permanecem como fatores relevantes para uma possível futura desvalorização do dólar americano. Os alvos da seção atual da tendência podem se estender até o nível 1,25. Atualmente, observa-se o desenvolvimento da onda corretiva 4, que apresenta uma estrutura bastante complexa e prolongada. Portanto, no curto prazo, continuo considerando apenas operações de compra, já que quaisquer formações descendentes têm caráter corretivo. A estrutura mais recente — a-b-c-d-e — pode estar se aproximando de seu término.
Padrão de onda para GBP/USD:
O padrão de ondas do par GBP/USD sofreu uma mudança. Ainda estamos lidando com uma seção impulsiva ascendente da tendência, mas sua estrutura interna vem se tornando mais complexa. A onda 4 apresenta um formato de três ondas e está significativamente mais alongada que a onda 2. Uma nova estrutura corretiva descendente encontra-se próxima da conclusão. Continuo esperando que a estrutura da onda principal retome seu desenvolvimento, com alvos iniciais próximos aos níveis de 1,38 e 1,40, e acredito que isso possa ocorrer já no início de novembro.
Princípios fundamentais da minha análise:
- As estruturas de ondas devem ser simples e compreensíveis. Estruturas complexas são difíceis de executar e muitas vezes levam a mudanças.
- Se houver incerteza sobre o que está acontecendo no mercado, é melhor não entrar nele.
- Nunca pode haver 100% de certeza sobre a direção do movimento. Não se esqueça das ordens de Stop Loss de proteção.
- A análise de ondas pode ser combinada com outros tipos de análise e estratégias de negociação.