No gráfico horário, o par GBP/USD recuou na sexta-feira a partir do nível de retração de 76,4% de Fibonacci em 1,3460 (linha tracejada vermelha), invertendo em favor do dólar americano e caindo em direção ao nível de 50,0% de Fibonacci em 1,3387, conforme o grid de Fibonacci atualizado. A partir desse ponto, um novo impulso comprador favoreceu a libra esterlina, resultando na retomada do movimento de alta em direção à região de 1,3460.
Para a sessão de hoje, um novo recuo a partir desse nível pode mais uma vez sugerir uma pequena correção nas cotações. Por outro lado, uma consolidação firme acima de 1,3460 aumentará a probabilidade de continuação do movimento ascendente, com próximo alvo no nível corretivo de 100,0% de Fibonacci em 1,3526.
O padrão de ondas mudou rapidamente para uma configuração altista, praticamente de um dia para o outro. A última onda de baixa rompeu o fundo anterior, mas a nova onda de alta também superou o topo anterior, sinalizando uma inversão técnica consistente a favor dos compradores. O contexto de notícias das últimas semanas tem sido desfavorável ao dólar norte-americano, mas os bulls ainda não haviam aproveitado essa vantagem — até agora, quando começam, de fato, a ganhar tração.
Na sexta-feira, não houve publicações relevantes nem do Reino Unido nem dos Estados Unidos, mas esta semana traz uma agenda com dados importantes, com destaque para o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos EUA, indicador que continua a influenciar diretamente as decisões do FOMC. Nos últimos meses, a inflação americana tem acelerado, o que tende a limitar o discurso dovish do Federal Reserve. Ao mesmo tempo, faltam novos dados sobre emprego e desemprego, o que reduz a visibilidade sobre o mercado de trabalho. O FOMC já dá sinais de que pretende manter o ciclo de afrouxamento monetário, o que indica que a inflação pode não afetar as decisões de curto prazo, mas terá peso maior mais adiante.
Para esta segunda-feira, não há eventos relevantes no calendário econômico, o que significa que o mercado deverá se orientar principalmente pela análise técnica e pelo sentimento de risco. Em minha leitura, a pressão sobre o dólar deve continuar, considerando que a paralisação do governo dos EUA permanece sem solução e que o conflito comercial com a China segue ativo. As negociações previstas para novembro podem não ocorrer, ou terminar sem resultados concretos. Pequim não demonstra disposição para aceitar os ultimatos de Trump, e por isso considero mais provável uma nova escalada da guerra comercial do que um acordo efetivo.

No gráfico de 4 horas, o par virou a favor da libra esterlina após formar uma divergência de alta no indicador CCI e subiu em direção ao nível de retração de Fibonacci de 100,0% em 1,3435. Uma recuperação a partir desse nível permitiria aos traders esperar uma reversão a favor do dólar americano e uma queda moderada em direção a 1,3339. Uma consolidação acima desse nível aumentará a probabilidade de crescimento contínuo em direção ao próximo nível de Fibonacci de 127,2% em 1,3795. Atualmente, não são observadas novas divergências em nenhum indicador.
Relatório de Compromissos dos Traders (COT):
O sentimento da categoria de traders "Não-comerciais" tornou-se mais altista na última semana de relatório. O número de posições de compras aumentou em 3.704 contratos, enquanto as posições de vendas recuaram em 912 contratos. Com isso, a diferença entre posições de compras e de vendas está agora em cerca de 85.000 contra 86.000 contratos, indicando que os traders otimistas voltaram a inclinar a balança levemente a seu favor.
Na minha avaliação, a libra esterlina ainda pode enfrentar alguma pressão de curto prazo, mas, a cada mês que passa, o dólar norte-americano demonstra mais fragilidade estrutural. Em um primeiro momento, os traders viam as políticas protecionistas de Donald Trump com cautela, sem saber ao certo qual seria seu impacto de longo prazo. Agora, entretanto, passam a temer os efeitos concretos dessas medidas: risco de recessão, escalada tarifária constante e o confronto direto entre Trump e o Federal Reserve, que pode comprometer a independência política do banco central.
Nesse contexto, a libra esterlina já não parece tão vulnerável quanto o dólar americano, que começa a carregar um prêmio de risco político cada vez mais evidente.
Calendário econômico para os EUA e o Reino Unido:
20 de outubro: O calendário econômico não contém eventos significativos. As informações não influenciarão o sentimento do mercado na segunda-feira.
Previsão para GBP/USD e recomendações de negociação:
Posições de venda: Possíveis após uma recuperação de 1,3460 no gráfico horário, com alvo em 1,3419–1,3425 e 1,3387. Posições de compra: Podem ser consideradas após uma recuperação de 1,3387 ou após o fechamento acima da zona de 1,3419–1,3425, com alvo em 1,3460. Uma consolidação acima de 1,3460 permitirá que os traders mantenham posições de compralvo com a em 1,3526.
As grades de Fibonacci são construídas da seguinte forma:
- No gráfico horário — de 1,3526 para 1,3247
- No gráfico de 4 horas — de 1,3431 para 1,2104