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20.10.2025 02:37 PM
As três linhas vermelhas de Trump: principais exigências dos EUA antes da nova rodada de negociações com Pequim

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Os mercados globais estão em compasso de espera. Nesta semana, Estados Unidos e China retornam à mesa de negociações pela primeira vez em muitos meses, em meio a uma trégua comercial tensa que expira em 10 de novembro. Antes do encontro, Donald Trump, claramente determinado a ditar a pauta, apresentou publicamente suas principais exigências a Pequim. O que está por trás dessa postura firme — estratégia, pressão ou encenação política? Vamos analisar.

Dilema das terras raras: a pressão de Trump sobre Pequim antes das negociações

Durante o fim de semana, a bordo do Air Force One, ao retornar da Flórida, o presidente dos EUA afirmou que não permitirá que a China "brinque com terras raras", numa referência à dependência estratégica da indústria americana em relação ao fornecimento desses metais essenciais. Suas palavras soaram ao mesmo tempo como um aviso e como um sinal claro de que uma nova fase de pressão está começando.

Vale lembrar que, dias antes, Trump já havia ameaçado impor tarifas de 100% sobre produtos chineses, após Pequim anunciar a intenção de estabelecer um controle mais rígido sobre seus recursos minerais.

Se essas medidas forem de fato implementadas, podem congelar completamente a trégua comercial programada para terminar em 10 de novembro. O cenário de ambos os países novamente à beira de um confronto econômico se materializou mais rápido do que até mesmo os analistas mais pessimistas previam.

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Pequim, no entanto, não ficou passiva. As autoridades chinesas tentaram conter a preocupação dos parceiros internacionais, garantindo que o endurecimento dos controles de exportação não interromperá os fluxos comerciais normais.

Na semana passada, à margem das reuniões do Fundo Monetário Internacional, delegados chineses buscaram convencer seus interlocutores de que a medida não representa uma sanção, mas sim a "criação de um mecanismo regulatório de longo prazo". Ainda assim, essa explicação teve pouco efeito em acalmar os mercados.

Na prática, ambos os países se aproximaram de uma situação que o analista Kyle Rodda descreveu com precisão em termos de Guerra Fria: "Há um elemento, para usar a linguagem da Guerra Fria, de destruição mútua assegurada quando se fala em restrições totais às exportações de terras raras e tarifas de 100%, algo que tanto os EUA quanto a China reconhecem mais ou menos explicitamente."

Rodda acrescentou que os mercados ainda esperam uma desescalada, mas "provavelmente continuarão nervosos até que um recuo claro seja anunciado".

Esse nervosismo é compreensível: os elementos de terras raras não são apenas matérias-primas, mas a base de setores inteiros, da produção de caças e smartphones a veículos elétricos e até sistemas automotivos.

Para Trump, trata-se não apenas de uma ferramenta econômica, mas também política. A ameaça de tarifas permite pressionar Pequim e, ao mesmo tempo, enviar um sinal ao eleitorado interno de que Washington está disposto a defender os interesses nacionais. No entanto, como a experiência dos últimos anos demonstra, a rigidez comercial de Trump vem com um custo, especialmente para os mercados globais, onde qualquer declaração sua se reflete imediatamente nas moedas, nas bolsas e nos preços das commodities.

Fentanil e soja: coquetel tóxico na agenda EUA-China

Se os metais de terras raras representam uma questão estratégica para Washington, o fentanil e a soja se tornaram símbolos da pressão política, interna e externa, que Donald Trump tenta transformar em resultados diplomáticos.

Antes das próximas negociações na Malásia, o presidente destacou esses dois temas como parte dos três principais pontos nos quais, segundo ele, a China "precisa finalmente cumprir seus compromissos".

O problema do fentanil é particularmente sensível e politicamente carregado. Nos Estados Unidos, esse opioide sintético se tornou, há anos, uma das principais causas de mortes por overdose, simbolizando a crise nacional dos opioides.

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Trump voltou a acusar a China de não restringir a exportação de fentanil e de seus precursores químicos, o que, segundo Washington, agrava a situação nas cidades americanas. "Os Estados Unidos querem que a China pare com o fentanil", declarou o presidente, acrescentando que Pequim deveria assumir uma "responsabilidade real".

No início do ano, os Estados Unidos impuseram tarifas de 20% sobre produtos chineses, justificando a medida com o argumento do influxo ilegal da substância. Em resposta, Pequim apertou o controle sobre dois componentes químicos usados na produção da droga, mas ressaltou que o problema não pode ser resolvido sem a participação ativa dos EUA.

A narrativa chinesa indica que a raiz da crise está na demanda, e não apenas na oferta, sugerindo que as acusações de Trump fazem parte de um cálculo político. Mesmo assim, para o presidente americano, o tema funciona como uma ferramenta conveniente de pressão: permite falar de combate às drogas e firmeza contra a China em uma mesma frase.

A questão da soja é igualmente sensível, e compõe o terceiro ponto da lista de exigências de Trump para Pequim. À primeira vista pode parecer secundária, mas envolve bilhões de dólares e, sobretudo, apoio político interno.

A China, que no ano passado comprou cerca de US$ 12,6 bilhões em soja dos EUA, não adquiriu nenhum carregamento neste ano. Em vez disso, passou a importar da América do Sul, deixando os agricultores americanos com estoques crescentes e preços em queda.

O cenário é especialmente delicado para o meio rural dos EUA. Fazendeiros do Meio-Oeste têm manifestado crescente insatisfação: muitos aguardam repasses de apoio financeiro do governo, que, segundo eles, estão atrasados, enquanto armazéns cheios de soja não vendida se tornam símbolo visível de uma guerra comercial prolongada. Os preços recuam, contratos de exportação são cancelados, e um setor até então considerado estável sente a pressão por todos os lados.

Não surpreende que Trump tenha exigido que a China quadruplicasse suas compras de soja e, diante da falta de resposta, tenha ameaçado proibir a importação de óleo vegetal chinês, acusando Pequim de prejudicar deliberadamente os produtores americanos.

Nesse contexto, fentanil e soja deixam de ser apenas itens de pauta comercial e se tornam instrumentos políticos. O primeiro representa uma demonstração interna de rigor no combate a uma crise de saúde pública; o segundo mede o quanto Trump está disposto a tensionar as negociações para manter o apoio do eleitorado agrícola. Embora esses temas pareçam distantes de modelos macroeconômicos, são justamente eles que dão carga emocional e narrativa às conversas, algo que tarifas e números, sozinhos, não conseguem transmitir.

À beira do colapso: trégua expira, riscos aumentam

Com apenas alguns dias até o fim da trégua comercial entre Estados Unidos e China, prevista para expirar em 10 de novembro, o acordo, que já estava por um fio, entra em seu momento mais crítico. Nos últimos meses, os mercados haviam se acostumado a uma calma frágil, mas as ações recentes de ambos os lados voltaram a empurrar o cenário para o limite da ruptura.

Depois das ameaças de Donald Trump de impor tarifas de 100% e do anúncio de Pequim sobre restrições à exportação de metais de terras raras, o equilíbrio de forças mudou de tom. Washington, em resposta, endureceu ainda mais as medidas tecnológicas e chegou a propor taxas para navios chineses que atracarem em portos americanos.

A China reagiu reforçando os controles de exportação e sinalizando possíveis limitações no envio de materiais críticos. O que até recentemente parecia apenas uma pausa estratégica começa a se desenhar como uma nova fase de posicionamento, semelhante ao movimento calculado de peças de xadrez antes de um novo embate.

É nesse cenário que as próximas negociações na Malásia surgem como uma tentativa de recolocar o processo nos trilhos do diálogo. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, confirmou que a reunião ocorrerá ainda nesta semana e classificou a conversa virtual recente com o vice-premiê chinês He Lifeng como "uma troca de opiniões construtiva".

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A mídia estatal chinesa também descreveu o diálogo como "positivo e pragmático", mas os especialistas evitam conclusões otimistas. Ainda há muitos sinais de que ambos os lados estão apenas testando até onde o outro está disposto a ceder.

A atenção agora se volta para um possível encontro entre Trump e Xi Jinping, que pode ocorrer já no fim do mês, na Coreia do Sul, à margem da cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC).

Para os dois líderes, seria o primeiro encontro presencial desde o retorno de Trump à Casa Branca, e dele pode depender a extensão — ou o fim — da atual trégua comercial.

Ao comentar as negociações, o presidente americano adotou seu tom habitual: "Tenho uma boa relação com o presidente Xi. Acho que vamos ficar bem com a China, mas precisamos de um acordo justo."

Sob a aparência de calma, segue a estratégia conhecida de Trump: pressionar ao máximo para assumir a iniciativa.

Para a China, os riscos são igualmente altos. Pequim tenta mostrar que é capaz de negociar a partir de uma posição de força sem ceder a ameaças, mas, ao mesmo tempo, busca evitar um confronto direto que possa afetar sua economia e afastar investimentos estrangeiros.

O resultado é uma negociação sob um clima de "risco mútuo", onde qualquer concessão pode ser percebida como fraqueza, e qualquer demonstração de firmeza pode ser interpretada como provocação. Os mercados já reagem a essa ambiguidade.

"Os mercados estão precificando uma desescalada", afirma o analista Kyle Rodda. "Mas provavelmente continuarão nervosos até que recuos concretos sejam anunciados."

Esse nervosismo já é visível nas bolsas de commodities e no câmbio. Investidores, hoje familiarizados com a volatilidade típica da era Trump, reconhecem que esta é uma das rodadas de negociação mais imprevisíveis dos últimos anos.

Assim, a trégua — pensada inicialmente como um instrumento de estabilização — tornou-se, ela própria, uma fonte de tensão. A próxima reunião na Malásia representa mais que uma simples rodada diplomática: é uma tentativa de conter o avanço de um confronto que mantém a economia global em estado prolongado de alerta e incerteza.

Аlena Ivannitskaya,
Especialista em análise na InstaForex
© 2007-2025
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Аlena Ivannitskaya
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